{ }

Seguidores

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Wagner Moura escreve sobre Equilibrio e extravagância em seu site http://diasimdiatambem.com/2011/09/16/equilibrio-extravagancia/#respond

Uma extravagância é deliciosamente permitida: a do equilibrista que, a dezenas de metros do chão, retém toda atenção do público para a sua mensagem de ousadia e coragem. Não se ama o equilibrista! Ele é demasiado tolo ao arriscar-se assim… E aos tolos, no máximo, a tolerância.
Não se aplaude em reconhecimento sincero um equilibrista! Ele é, em demasia, debochado. Ridiculariza nosso medo de altura, nossa insegurança, nossa indignação. O equilibrista tem a difícil tarefa de mexer com as nossas ideias, tensões e forças ao conseguir, ainda que por instantes, colocar-nos em seu desafio, como num irresistível jogo no qual, ganhando ou perdendo, nunca saímos igual.
Que transformadora extravagância! Como não valeria a pena?
Diferentemente dessa extravagância é o exagero do palhaço. Como um equilibrista, o palhaço também prende a atenção dos que o ouvem e o veem. À semelhança do equilibrista, não espera amor ou reconhecimento, mas apenas a satisfação de cumprir o seu papel. No entanto há uma diferença crucial entre os dois personagens e suas extravagâncias. O palhaço faz a dor uma diversão. O equilibrista faz a dor um desafio.
Ambos são provocadores, mas somente a provocação do equilibrista nos permite transcender, encontrar um sentido mais largo que um riso bem dado, mais profundo que uma dor interminável. Só o equilibrista nos ensina a constância e nos faz esperar pelo que virá ao fim da dor. Ter esperança.
T
A extravagância, dom que todo palhaço cobiça de um equilibrista, é essencial para o extraordinário. Necessário é vivê-la… Como um equilibrista.

Nenhum comentário: