{ }

Seguidores

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A ave planta, o homem destrói


A gralha azul é o principal animal disseminador da araucária uma vez que, durante outono, quando as araucárias frutificam, bandos de gralhas laboriosamente estocam os pinhões para deles se alimentar posteriormente.



Neste processo, as gralhas azuis encravam fortemente os pinhões no solo ou em troncos caídos no solo, já em processo de putrefação, ou mesmo nas partes aéreas de raízes nas mesmas condições, local propício para a formação de uma nova árvore. Como podem ver essas aves são verdadeiras plantadoras de araucária, o nosso pinheiro brasileiro.


E sendo o nosso lugar, a região serrana de Santa Catarina, o berço das araucárias, consideramos como nossa maior riqueza o fruto da araucária ou do pinheiro, o nosso pinhão.


Na chamada MATA ATLÂNTICA, particularmente nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Leste de Minas Gerais e Sao Paulo existiam imensos pinheirais do chamado "Pinheiro do Parana" - "Pinheiro brasileiro" - araucaria brasiliensis ou araucaria angustifolia.



Durante dezenas de séculos a Araucaria povoou as nossas matas.


Imagine : Tais pinheiros chegaram a atingir até 52 metros de altura. Seus troncos chegavam a medir 8,5 metros de cirunferência. Milhões de árvores no curso dos anos foram caindo, findo o seu ciclo de existencia ou atingidas por raios ou mesmo em consequencia de incendios etc. Seus troncos voltaram à terra se desintegraram completamente, exceto os "Nós", que não foram objeto de decomposição.


. Conservaram-se durante dezenas de séculos debaixo da superficie do solo e atualmente, ao arar a terra, o lavrador ainda encontra "Nós". Armazenando-os em montículos a fim de obter uma receita adicional. Vende-os para o consumo em lareiras ou carvoarias.


Os assim chamados cônes que contém os pinhões - as sementes da Araucaria, em verdade não têm forma cônica. Sao redondos como uma bola, medindo aproximadamente 25 a 30 centimetros de diâmetro. Quando maduros, caem espalhando pinhões em abundância e, além de germinarem - propagação natural da espécie, servem de alimento a inúmeros animais e são objeto de consumo também pelo homem. ( Aos indios já servia de alimento, bem antes do descobrimento do Brasil )


Até meados do século passado, milhares de serrarias exploravam a madeira de pinheiro do Parana, tanto para o consumo interno mas predominantemente para exportação.


Tal extração descontrolada, exauriu as reservas de Araucárias geradas durante milhares de anos tal qual ocorreu com o "Pau Brasil", logo após o descobrimento.


Hoje a Araucaria é por Lei considerada espécie em extinção. Cumpre pois reflorestar, não somente com Eucalipto, Pinus etc. ( de consumo imediato ), mas também com a propria Araucária, além da outras especies nativas em extinção, se realmente preocupados com as futuras gerações.
E para valorizá-lo e valorizar nossa região foi criada a Festa Nacional do Pinhão que já está na sua XXII edição. E vejam o símbolo ou mascote da festa: um casal de gralha azul vestido como se usa as roupas do tradicionalismo catarinense e gaucho:

Ensina-se a historia da gralha azul e sua nobre missão nas escolas.


E a gastronomia? Dá pra fazer coisas deliciosas com o pinhão:

Paçoca de pinhão: pinhão moído com carne  de porco, linguiça ou bacon. Uma delicia.

Entrevero: vários tipos de carnes, pimentão, cebola, linguiça e pinhão, tudo entreverado, um emprestando sabor ao outro.
Entrevero no dicionário: confusão entre pessoas, animais ou objetos.



Concluindo: Como pode uma ave que se diz sem inteligencia nenhuma, planta árvore que dá um fruto precioso como o pinhão, e o homem um animal racional não planta uma nova árvore no lugar daquela que derrubou?

Um comentário:

Brasil Desnudo disse...

Bela matéria Thaíza!
Mas enquanto o descaso das autoridades continuar de vendas nos olhos, veremos nossas matas, o que de mais precioso temos e, que a Natureza nos proporciona, veremos esas destruição em massa.
Vemos mudanças drásticas da Natureza, em principal no Sul do país. Estiagem longas e chuvas que arrasam as cidades.

Bela matéria, a sua postada!

Marcio RJ