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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Uma pequena historia




Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava 
de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar.


E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche
desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.


Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e
torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai.


Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o
fato.


Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha
mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.


Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para
ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada
bocado.


Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando
por haver queimado a torrada.


E eu n unca esquecerei o que ele disse: " - Adorei a torrada
queimada..."


Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu
pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada
queimada.





Ele me envolveu em seus braços e me disse:


" - Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e
estava realmente cansada... Além disso,uma torrada queimada não faz
mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não
são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou
cozinheiro, talvez nem o melhor pai,mesmo que tente todos os dias!"





O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas
alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma
das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e
duradouros. Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a
suprir um as f alhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi
a deixar uma panela de alumínio brilhando.
Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz
tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como
ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer
você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar.





A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apoia, eu
e ela nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso
universo enquanto temos os dois presentes.
Não que mais tarde, o dia que um partir, este Mundo vá desmoronar,
não vai. Novamente teremos que aprender e nos adaptar para fazer o
melhor.
De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de
relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas
e com amigos.
Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com
quem dedica o precioso tempo da vida, à você e ao próximo.


Gilberto Ceccarelli

Um comentário:

Cristina Ramalho disse...

Muito bonito o texto, pena no dia a dia as pessoas não conseguem reconhecer né... bjos